A gestão do IFBA agora ensaia a “Metropolização de TAEs na Reitoria".

E você também queria ter uma amiga assim? Tá endividado(a)? Se você tiver uma amiga na gestão pode conseguir um lugar bem aconchegante na Reitoria. Trato: você ficará um ano ocupando uma sala, apenas por dois dias na semana, não tem responsabilidade alguma, não precisa fazer nada, não importa a distância do campus de lotação, recebe a sua FG-2, só não pode esquecer da eleição que está próxima.

EDITORIAL

Equipe Nas entrelinhas

8/31/20232 min ler

Definitivamente, fazer a gestão de uma Instituição do porte do IFBA, não é para amadores ou para quem pensa que pode fazer de uma autarquia pública, sua propriedade particular. Mais ou menos, algo do tipo: “na minha casa, entra quem eu quero e na hora que eu permitir”. Com esse amoldamento de gestão, com esse desenho, se nada for feito, pode haver a “tentativa de despejo dos insatisfeitos” e o maior povoamento de TAEs e talvez até mesmo de alunos que rezam na cartilha da virtuosidade do acolhimento. Aí, o “Condomínio do Poder” estaria definitivamente consolidado.

Depois do fenômeno da “Metropolização de docente na Reitoria do IFBA”, a retirada de docentes das salas de aulas dos campi do interior para alocação com cargos (e até mesmo sem), naquele que foi muito bem denominado de “Condomínio do Poder”, agora é a vez de ensaiar a “Metropolização de TAEs”; retira o servidor técnico-administrativo do seu campus de lotação, a pouco mais de 500 km de distância de Salvador e aloca-o na Reitoria, garantindo-lhe uma FG-02 para fazer sabe-se lá o quê!?

Desde o mês de junho, uma servidora bibliotecária de um campus do interior, a 506 km da capital, passou a exercer atividade na Reitoria e o que se comenta é que a servidora estaria passando por problemas financeiros e trazê-la para a Reitoria seria uma forma de ajudá-la. A virtuosidade do acolhimento no mais puro e singelo gesto de grandeza. Então, vinde à Reitoria do IFBA todos os servidores endividados! Não vai sobrar espaço.

E a mesma dificuldade em entender de que forma um docente (regime de DE) pode ocupar dois espaços distintos e distantes ao mesmo tempo, se estende agora a uma servidora TAE. Como pode, uma servidora técnica-administrativa lotada a mais de 500 km de distância da capital baiana desenvolver suas atividades semanais nesses dois extremos? A questão é pertinente porque se não há previsão legal no caso dos docentes, inexiste para as situações semelhantes com servidores técnico-administrativos.

Sabe-se que a servidora está amparada pelo regime de flexibilização da jornada de trabalho e, nesse caso, acumulando cargo com FG ou CD na administração do seu campus de lotação, nada poderia ser questionado. Mas, lotada em campus cuja cidade é quase fronteiriça com outro estado e exercendo atividade na Reitoria, não! Aí tem que chamar os bastiões da moralidade pública. Cadê vocês que fizeram tanto barulho na gestão passada? Apareçam! O IFBA precisa dos seus gritos.

A situação não pode ser analisada somente por este ângulo. Vejamos! O servidor técnico-administrativo está obrigado a manter o registro de frequência e a flexibilização da jornada é diária (6h por dia) e não semanal. Sendo assim, a sua presença é obrigatória no setor de lotação, de segunda a sexta-feira. Não há previsão legal e nenhum chefe, diretor, Pró-Reitor ou até mesmo Reitor (Reitora no nosso caso), tem autoridade para instituir norma interna em detrimento de Lei.

Um dos itens de avaliação do servidor é a “assiduidade” e esta pressupõe a frequência constante, a visita habitual, a continuidade, a regularidade, a dedicação ao serviço… Mantendo-se esse acúmulo absurdo e ilegal, causa prejuízo ao serviço público e afronta a moralidade e a imagem da Instituição. E ainda tem Conselheira do CONSUP, querendo posar de vítima, insinuando que a imagem da Instituição está sendo exposta de forma negativa pelo Brasil inteiro. Que fique claro que o Nas Entrelinhas só torna público aquilo que se tenta ocultar! A imagem da Instituição é manchada pelos arrendatários da Reitoria e também do SINASEFE que estando no poder, acham que tudo pode. Pode não! Senhores e senhoras, bastiões e bastiães da moralidade no IFBA, por favor, se manifestem! Por que agora ficam mudos diante de tudo aquilo contra o que outrora bradaram?

De certo, será protocolada solicitação de medidas apuratórias à Comissão de Ética e à Correição, somente como registro porque as condutas supostamente irregulares cometidas por servidores alinhados à gestão, internamente, não têm desfecho algum. Mas, serão também encaminhadas aos órgãos de controle.

A gestão quer uma Instituição para chamar de sua e você servidor TAE, você docente, você aluno, juntos têm o compromisso de resgatar o IFBA.


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