A politização das relações: do talento à mediocridade

Matéria integrante da edição nº 21 do Nas entrelinhas.

POLITICA

Equipe Nas entrelinhas

9/29/20233 min ler

Nos últimos quatro anos, o Instituto Federal da Bahia foi submetido a um modelo de gestão que deve ser rechaçado pela comunidade.

É necessário fazer uma análise do pleito passado para a Reitoria: vencer uma eleição com apenas 32% dos votos válidos, não reflete a vontade da maioria. A análise reversa nos mostra que 68% dos votos válidos apontaram rejeição à administração atual. Dessa análise conclui-se que eleição em dois turnos, para a Reitoria do IFBA, havendo mais de dois candidatos, seria o mais propício e preservaria o princípio democrático. Com apenas 32% de votos é fazer gestão para poucos, é fazer gestão para os seus… Vitórias políticas como esta às vezes não satisfazem as expectativas dos vencedores, quase sempre por terem definido um planejamento em que se vislumbrou um cenário de aprovação muito maior. E, na visão de alguns, o ego impõe até a suspeição de traição.

Geralmente, nas disputas eleitorais quando se tem como premissa de gestão a visão do todo institucional, o reconhecimento e a valoração do(s) adversário(os) conduzem a uma ambientação onde predominam o diálogo e o respeito mútuo. A contrassenso, adotando a postura do isolacionismo político, típico dos governos autoritários e tiranos, deu-se início a uma verdadeira caçada, primeiro àqueles que compuseram o alto escalão da gestão antecessora (dos atos de remoção do gestor anterior, dentre as 16 recomendações encaminhadas pela Comissão do CONSUP, constituída para analisar tais atos, da qual também fez parte o "Consorte" da Reitora ou "Primeiro-Cavalheiro", satisfazendo à sanha da gestão, apenas 5 foram revogadas e expostas como troféus na página do Instituto), em seguida, aos pouquíssimos servidores que abertamente questionaram os diversos atos e ações da gestão, a exemplo da suspeição de irregularidades nos afastamentos para qualificação de docentes que impactaram no BPEq, do fenômeno da Metropolização de docentes e técnicos administrativos na reitoria do IFBA...

O ódio implantado de fora para dentro do Instituto entre os anos de 2018 e 2019 foi consolidado e disseminado no interior da Instituição. Muitos servidores e até alunos permitiram-se impregnar desse sentimento esquecendo-se que, independente de alinhamentos políticos que tenhamos, somos servidores públicos e alunos da mesma Instituição, somos seres racionais, com capacidade de pensar, discordar, debater e, principalmente de respeitar.

Quando se ganha uma eleição com menos de ⅓ dos votos é normal pensar estar pisando em uma espécie de campo minado e a desconfiança é generalizada. A postura do isolacionismo impõe uma realidade política imaginária, de uma concepção de bolha; fora dela pouco ou nada importa em termos de qualificação de servidores, competência, capacidade, e o Capital Intelectual da Instituição, os talentos de que dispõe o Instituto são rebaixados à mediocrização.

Desde o início da sua gestão, no âmbito da Reitoria, a mandatária já demonstrava a falta de confiança nos servidores técnico-administrativos de que dispunha, levando-a buscar fora do Instituto aquele que veio a exercer o cargo de Diretor de Gestão de Pessoas o qual, depois de curvar-se às imposições da mandatária, com sentimento de arrependimento, afirmou "pensei que tivesse autonomia" (SIC), quando teve a sua sugestão de lotação da servidora que foi duramente perseguida, com a sua contribuição, desrespeitada pela gestão.

Para além da falta de confiança e mediocrização dos TAEs da Reitoria, resolveu a senhora mandatária montar uma estrutura administrativa paralela, no seu Gabinete: de Pessoas, de Comunicação, jurídica… promovendo a subjugação de servidores TAEs - quanto mais ao alcance do seu olhar, melhor para controlar.

Aos técnicos administrativos da Reitoria subjugados no começo da gestão, principalmente os que estão lotados na DGP que sofreu um processo de desmonte quase total, diante do cenário eleitoral que apresenta elevação da rejeição da mandatária, certamente lhe apontando uma derrota esmagadora na busca pela reeleição, apesar da tentativa de fazer em quatro meses o que não foi feito em quatro anos, juntam-se alguns para quem somente agora foi reconhecido o seu valor como servidores, ou os seus preços, aprisionando-os na mediocridade em detrimentos dos respectivos talentos.