Assediadores de carreira no IFBA. Por que apoiam com fervor a atual gestão?

Matéria integrante da edição nº 22

POLITICA

Equipe Nas etrelinhas

11/1/20233 min ler

As fake news e as narrativas são lançadas porque facilmente as pessoas veem e ouvem sem procurar entender ou buscar a verdade e, à medida que são difundidas, muitos as absorvem como a mais pura verdade.

No contexto da eleição passada, para Reitor(a) e Diretor(a) nos campi, houve a tentativa de execração do Reitor, atribuindo-lhe toda a sorte de um tirano e perseguidor. Ocorre que alguns servidores, para a desgraça do Instituto, docentes, praticaram assédios sexuais contra alunas que ao serem denunciados, tiveram que responder a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e quando muito penalizados, receberam apenas suspensão com cortes de salários. Cortar salários dói que é uma maravilha… Criou-se, então, uma espécie de irmandade que reuniu os assediadores e apoiadores ou defensores do assédio e de todo tipo de conduta reprovável no serviço público. A partir daí começaram a disseminar na comunidade do IFBA que eram perseguidos pelo “tirano” e isso foi absorvido por boa parte da comunidade. Claro, com a imagem do gestor totalmente desgastada, não era difícil o engajamento.

Em um dos casos, o assediador trancou uma aluna na sala, a agarrou e tentou passar a mão nas suas partes íntimas. De acordo com o que foi apurado pelo Nas Entrelinhas, ele mantinha um relacionamento como outra aluna que era amiga da assediada.

Em diálogo mantido com a aluna assediada, em outubro de 2015, através do WhatsApp, assumindo que praticou assédio, o assediador demonstra o medo que tem de perder o emprego: “... Eu posso realmente perder meu emprego e tudo q construí (...) Inclusive perder ela (...) Eu to segurando isso faz tempo mas agora n consigo mais e vou ter q mudar tudo para me defender (...) Eu sei que ter assediado vc foi e é horrível (...) Mas o mundo ta caindo na minha cabeça (nome da assediada) (...) Eu não trai (nome da namorada) em todo nosso relacionamento, o q houve foi uma exceção q eu nuca repeti (...) Vc acha q eu sinto o q? Qd eu te vejo longe de mim? (...)

Apesar de ter dito estar arrependido e do medo de perder o emprego, o assediador continuou a sua sanha e manutenção dos desejos ardentes: “... Tts e tantas vexes eu sinto vtd de te procurar e n tenho coragem (...) Doi cada vez q vejo vc (...) Cada vez q tenho vtd de chamar vc para sair e fazer alguma coisa (...).

Este chulo servidor é o mesmo que pressionou um Conselheiro do CONSUP a defender a anulação de um PAD de um outro servidor que foi demitido por abandono de serviço pelo gestor que eles o chamam de “perseguidor e tirano”, porque desta forma poderia argumentar a possível anulação do seu PAD e usar isso como argumento em sua defesa na justiça. Ambos os casos foram ajuizados e estão na fase de recurso.

Tendo a atual Reitora e candidata à reeleição anulado o PAD do exonerado por abandono de serviço, o que vai lhe render sérios problemas, além dos que já tem, passou o assediador a defender a sua candidatura (ele era oposição há alguns meses) e atacar quem à Reitora se opõe.

Em outra situação, também envolvendo atos que podem se configurar como assédio sexual de professor contra aluna - puxar a alça de sutiã de aluna é “brincadeira inocente”, como argumentou o docente - respondeu a PAD que acabou não tendo o resultado que merecia (os PADs por assédio sexual no IFBA sempre acabam em PIZZA). Neste caso, a aluna ficou tão deprimida que a família a transferiu para outra unidade educacional. E assim como o relatado anteriormente, o docente assediador também é apoiador da atual gestão.

Em todos os casos de assédio sexual envolvendo docentes e alunas do IFBA, a vítima é quem sofre as penalidades.

A atual Reitora, em debate realizado nas eleições de 2018, quando o tema era “assédio”, assim se pronunciou: “... quando eu for Reitora, porque serei Reitora, nós iremos construir uma política de combate ao assédio institucional, ao assédio sexual, … e também ao assédio moral que hoje é institucional…na minha gestão não será admitido assédio moral nem assédio sexual…” (vídeo disponível em: https://youtu.be/PMf6QNsAKMA?si=9VNWC-EPXgm6qPE_ - minutos 27:30 e 29:40).

Como se pode ver, desde o início da sua gestão, o discurso e a prática estão em dimensões opostas. A Reitora e/ou seus gestores, não só praticaram e praticam assédio como também perseguiram e perseguem servidora que denunciou supostas irregularidades no seu setor de trabalho e outros. E ter servidores assediadores sexuais de estimação, só mesmo para as gestões que praticam outros tipos de assédio e perseguições.

Gestão assediadora jamais!