Professora apoiadora e defensora do “Reino de IFBésia” pune uma aluna por manifestar o seu apoio à candidata de oposição.

Matéria integrante da edição nº 23

POLITICA

Equipe Nas entrelinhas

11/30/20233 min ler

Na tarde desta sexta-feira, 10 de novembro, os grupos de WhatssApp e redes sociais bombaram com a veiculação de matéria na qual uma professora havia proibido uma estudante de assistir a sua aula. De acordo com o perfil do Instagram “extraifba” (esse é Extra mesmo) uma professora do IFBA, campus de Salvador, ex-assessora de gabinete da ReiThora, proibiu uma estudante de assistir aula e realizar atividade avaliativa por estar vestida com blusa de campanha de uma outra candidata à direção daquele campus.

Ainda, de acordo com o “extraifba”, a professora usava uma camiseta da campanha da ReiThora, candidata à reeleição, quando impediu um grupo de estudantes adentrar a sala por usarem a camiseta da candidata à diretoria do campus de Salvador, Catiane Rocha, que já externou o seu apoio e parceria ao candidato a Reitor do Instituto, Fabíolo Amaral. A maioria dos alunos dispunham da camisa do uniforme para trocar e assim puderam assistir a aula, o que não aconteceu com uma das estudantes, sendo esta “premiada” com 4 faltas e impedida de realizar a atividade avaliativa, de acordo com a rede social citada. E a professora, trocou a sua camisa?

Não se pode admitir que em uma instituição pública de ensino, fatos como esse passem sem a crítica e o repúdio que merece.

A professora faz do campus de Salvador sua propriedade particular ou patrimônio pessoal da ReiThora. É mais ou menos assim: “essa instituição é nossa e o fato de estar usando a camiseta em apoio à candidata à reeleição, não dá a vocês o direito de usar a camiseta de outro(a) candidato(a) em nosso espaço”. É a tentativa de exercer o pleno controle da estrutura estatal para satisfazer as suas necessidades e interesses pessoais e da ReiThora, ceifando o direito que tem o estudante de se manifestar. O nome disso é Patrimonialismo! Joga-se no lixo a missão institucional de promover a formação do cidadão histórico-crítico e busca-se a formação de cidadãos submissos aos interesses políticos autoritários e tiranos.

E ainda tem Conselheira do CONSUP afirmando para a sua plateia que a imagem da Instituição está sendo jogada no lixo com fake news. Nós do Nas Entrelinha só mostramos a Instituição jogada na lata do lixo, e com provas; quem a joga no lixo são aqueles que não têm competência para administrá-la.

O momento eleitoral é crítico, e ainda que não fosse essa a intenção da professora, era preciso ter cuidado com as variadas formas de interpretação da sua ação. Ficou feio demais para a gestão do IFBA que buscou logo minimizar os estragos invocando o cumprimento da regra de uso do uniforme escolar. Nessa gestão, o cumprimento de regras é imposto aos demais, a própria gestão se acha no direito não só de descumpri-las (manter membro da CEC denunciado por suspeição eleitoral, por exemplo) mas até mesmo de modificá-las quando acha que lhe convém, como fez com as normas eleitorais.

O fato teve outro desdobramento. No dia 13/11, três dias após o ocorrido, o Departamento Acadêmico de Desenho fez publicar um Comunicado à Comunidade do IFBA alertando para o cumprimento do dever do estudante de fazer uso do uniforme escolar, de acordo com a padronização estabelecida pelo Instituto. Quanto à exigência do uso regular do fardamento escolar, nada a ser questionado. Mas, sendo o IFBA uma Instituição que tem como missão promover a formação do cidadão histórico-crítico, passando ela por um processo eleitoral importantíssimo, não seria este o momento exato de se promover na prática a formação e o engajamento cívico, através do incentivo dos alunos em geral para que se sintam envolvidos no processo político e as questões afetas? Não seria a liberdade de manifestação dos alunos, neste momento eleitoral, um elemento crucial no processo de formação política e democrática?

É claro que as regras concernentes ao uso regular do fardamento escolar devem ser cumpridas, mas este é um momento de exceção a essa regra. Neste período, o que mais deveria importar para o professor e para a gestão como um todo, seria a capacidade de analisar o comportamento político dos alunos, as diversas formas de pensar politicamente, as interações… Isso sim, importa! Isso sim, é relevante! O professor precisa entender que da nossa Instituição poderão sair as cabeças pensantes com possibilidades futuras de governar a nossa Capital, o nosso Estado e o nosso País.

Então, não pode uma gestão se escudar no cumprimento exagerado de regras para camuflar um ato desmedido, por assim dizer, de um professor. Que modelo de Instituição de ensino nos tornamos?

Precisamos dar um basta nesse modelo de gestão autoritária e tirana, que enganou a maioria dos servidores e alunos com o discurso de gestão humanizada e democrática.

Parabéns ao “extraifba” (Instagram)!!!

Parabéns ao Mordacidade News!!!

Parabéns ao grupo @Taes_Bahia!!!

#ForaLuzia!